domingo, 20 de abril de 2008

CANÇÃO DO EXÍLIO II

Fui tomada de assalto por um medo irracional: a expansão do Universo vai nos deixar,a qualquer momento, sem contato possível com os demais fragmentos do Big Bang.
O título da matéria publicada sobre isso era: O fim da Cosmologia (Scientific American -abril de 2008).
Fiquei imaginando essa terrível solidão cósmica - mais uma a ser enfrentada em nossas vidas pós-modernas.
Soltos no espaço e sem vizinhança - mesmo que seja só para bisbilhotar - nossa existência pode vir a adquirir um quê de exílio, onde aquela dor de desterrado não tenha qualquer esperança de resolução.
Será esse o substrato do mito do paraíso perdido ?
Será isso um eterno retorno do mesmo ?Esse apartamento progressivo do núcleo de um Universo será cíclico - algo que se repete indefinidamente como se estivéssemos dentro de uma mandala ?
Será que o prisma através do qual filtramos a vida guarda correspondência com esses momentos astronômicos ? Por que nos sentimos hoje a cada dia mais desligados de tudo o que nos cerca - ilhas humanas sem compromisso com nada nem com ninguém ?
Por favor, não me levem a sério... São perguntas sem resposta de alguém que já está se sentindo como um degredado sideral...

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