sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

THANATOS

Um inesperado silêncio vai tomando conta de mim... Como uma onda que chega sem violência, mas decisiva...

Aos poucos, entro em trabalho de parto para uma outra vida...

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O telefone toca. A operadora de telemarketing quer falar comigo. Digo a ela que Renata Montechiaro morreu... A mulher – consternada – pede desculpas...

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De fato, não sei dizer quantas peles já abandonei...

Não aspiro mais à risada escancarada: a alegria bacante do mundo já não me seduz... Mansamente, vou me apropriando de um jeito tranqüilo de apenas sorrir... e, a despeito disso, ser mais feliz do que eu era antes...

Não sei, na verdade, se construí meus caminhos ou se o chão se fez sob os meus pés, à revelia da minha vontade...Tenho a sensação de ter estado obedecendo a uma diretriz oculta, e essa parece ser a única certeza intuída que possuo.

A vida se impôs a mim...

Mas não sinto que isso haja violentado a Declaração Universal dos Direitos Humanos...

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Se eu tivesse de fazer uma escolha hoje, sentaria em um rochedo acima do mar, faria uma oração de agradecimento ao Universo e mergulharia no oceano, para um encontro com o deus Netuno
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