Cá estou em permanente vigília, um olho que jamais dorme em nome da prova ad perpetuam rei memoriam!
Eu sou o olho de uma câmera de segurança e acho que a mim caberá, um dia, uma tarefa mais importante do que simplesmente registrar eventuais condutas ilícitas dessa espécie complicada que é a tal de espécie humana.
Vejamos: eu sou o narrador em terceira pessoa, por excelência. Minha perspectiva é isenta. Registro os fatos como eles são, não faço interpretações. Posso ser de boa utilidade para historiadores, sociólogos, filósofos...
Mas outro dia, meu olho capturou uma cena que me fez pensar – se é que posso me valer dessa palavra...
Av. Paulista, quase meio-dia.
A vida seguia o seu fluxo sem muita novidade.
De repente, foquei um morador de rua – já velho conhecido.
Deve ser um pouco desequilibrado, costuma falar sozinho. Mas – muito embora, eu não seja dotado do sentido da audição - minha impressão é de que, na verdade, não fala, murmura: seu diálogo é intimista.
Essa pessoa, que perambula pelas ruas de São Paulo, sem ter o que comer e sem ter onde recostar a cabeça... alimentava os pombos com miolo de pão...
A vida seguia o seu fluxo sem muita novidade...
E me perguntei, afinal, quem de fato ali estava à margem da vida : os que cumpriam suas tarefas, em pressa delirante, alheios à cena, ou o louco que alimentava os pombos, apesar de não ter o que comer?
Eu sou o olho de uma câmera de segurança e acho que a mim caberá, um dia, uma tarefa mais importante do que simplesmente registrar eventuais condutas ilícitas dessa espécie complicada que é a tal de espécie humana.
Vejamos: eu sou o narrador em terceira pessoa, por excelência. Minha perspectiva é isenta. Registro os fatos como eles são, não faço interpretações. Posso ser de boa utilidade para historiadores, sociólogos, filósofos...
Mas outro dia, meu olho capturou uma cena que me fez pensar – se é que posso me valer dessa palavra...
Av. Paulista, quase meio-dia.
A vida seguia o seu fluxo sem muita novidade.
De repente, foquei um morador de rua – já velho conhecido.
Deve ser um pouco desequilibrado, costuma falar sozinho. Mas – muito embora, eu não seja dotado do sentido da audição - minha impressão é de que, na verdade, não fala, murmura: seu diálogo é intimista.
Essa pessoa, que perambula pelas ruas de São Paulo, sem ter o que comer e sem ter onde recostar a cabeça... alimentava os pombos com miolo de pão...
A vida seguia o seu fluxo sem muita novidade...
E me perguntei, afinal, quem de fato ali estava à margem da vida : os que cumpriam suas tarefas, em pressa delirante, alheios à cena, ou o louco que alimentava os pombos, apesar de não ter o que comer?
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